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21/08/2019

Produtores baianos conhecem casos de sucesso do sertão alagoano na produção de leite

Comitiva ficou impressionado com a simplicidade das fazendas diante de seus resultados de sucesso na bovinocultura de leite

Quando você quer crescer, busca o melhor da sua área para se inspirar, não é mesmo? Pois 38 produtores rurais da cidade de Euclides da Cunha, no semiárido baiano, viajaram cerca de 400km para conhecer o sucesso da produção de leite no sertão alagoano e o trabalho do Sebrae em Alagoas com consultorias técnicas e gerenciais nesse caminho exitoso. A visita aconteceu no início desse mês e percorreu diversas propriedades nas imediações de Poço das Trincheiras e Carneiros. A escolha das cidades alagoanas veio da pesquisa por casos de sucesso na cadeia do leite em municípios que tivessem características geográficas e sociais parecidas com o município baiano. Foi pesquisando o tema que o Escritório Regional do Sebrae da Bahia, em Euclides da Cunha, descobriu os casos de sucesso de Alagoas e, em contato com o Sebrae em Alagoas, recebeu a indicação para conhecer propriedades na região de Santana do Ipanema, explicou Cláudio Freitas, assistente técnico daquele Escritório. “Começamos o projeto de leite junto com o Senar [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural] e vimos a necessidade da nossa região desenvolver a bovinocultura leiteira. Constatamos aqui que, embora seja uma propriedade simples, está dando um resultado que o Sebrae espera e estamos empolgados com o alto nível dos técnicos, que possuem um toque de sensibilidade para se comunicar com os produtores. Eles não precisaram serhigh tech e de muita leitura para que o produtor acessasse o conhecimento”, comentou Cláudio. A simplicidade das medidas implantadas foi um ponto que chamou bastante atenção da comitiva que, além dos produtores rurais, foi formada ainda pelo prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, a secretária de Agricultura e Meio Ambiente do município baiano, Maria Djalma Abreu, e uma representante do Banco do Nordeste, que elegeu a cadeia do leite como foco no Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter). Respondendo às perguntas dos produtores baianos, o consultor do Sebrae Ideginaldo Correia foi sincero e didático nas orientações sobre como começar a organizar sua propriedade para ter resultados como os vistos nas fazendas alagoanas. “A primeira coisa é fazer o planejamento, saber onde eu quero chegar – por exemplo, eu quero tirar mil litros de leite. A segunda coisa é a alimentação, produzir alimento em quantidade e qualidade para que você passe por alguns anos de seca e ter comida suficiente. Depois eu penso em melhorar minhas instalações e, por último, é que vou aperfeiçoar as questões de melhoramento genético, aí vou partir para a vaca mais produtiva”, orientou o técnico. De grão em grão A tradução dessa simplicidade foi apresentada por Alberto e seu pai, seu Pedrinho, que criou seus filhos produzindo leite. Quando as ações do Sebrae foram apresentadas e chegou a Poço das Trincheiras em 2011, oferecendo as consultorias e falando de higiene de ordenha, produção de palma, manejo do rebanho e quadros de gestão à vista, Alberto achou graça e ria das orientações dos técnicos. “Esse pessoal saiu da faculdade e não sabe nada de produzir leite. Mas fui seguindo as recomendações para ver no que ia dar aquilo. Em pouco tempo fui vendo os resultados. Com 7 meses após o plantio, colhi mais palma do que estava acostumado, as bezerras tiveram maior ganho de peso e iniciaram a vida produtiva mais cedo, antes era com 33 meses, hoje com 24 meses. Comecei com 33 litros de leite por dia, hoje produzo 95 litros”, enumerou Alberto. Hoje ele é muito consciente do que faz na fazenda, tanto que faz questão de anotar pessoalmente os dados de gerenciamento da produção nos cadernos, conforme ensinado. “Só tenho a agradecer ao Sebrae, porque tudo o que tenho aqui foi graças a esse trabalho. Tenho certeza que se não fosse a assistência técnica, que nós temos desde 2011, a gente não estaria nem produzindo, porque vejo muitas pessoas sem assistência que praticamente voltaram à estaca zero. Se eu não abraço isso de verdade, o Sebrae ia arrumar trabalho em outro lugar e eu ia ficar aqui isolado, não chegaria a lugar nenhum”, refletiu o produtor. A evolução não é vista apenas na produção de leite, mas na abertura de novas possibilidades de vida. Hoje, os filhos de Alberto, netos de Seu Pedrinho, são homens que irão levar essa informação adiante para outros produtores. “O maior já é técnico e o outro está começando o IFAL [Instituto Federal de Alagoas]”, contou Alberto, orgulhoso. Bom exemplo As fazendas visitadas aumentaram ainda mais a certeza da comitiva de Euclides da Cunha de que investir no produtor e empresário rural é o caminho certo para o desenvolvimento. “O que estamos vivenciando nessa parceria com o Sebrae é um norte na questão da estruturação da bacia leiteira de Euclides da Cunha. Nós identificamos a necessidade de ter uma equipe técnica e um programa voltado para a gestão das propriedades”, apontou a secretária Maria Djalma. O prefeito Luciano Pinheiro também apontou que as propriedades em Alagoas são viáveis economicamente com pouca estrutura, permitindo o produtor se preocupar em manter a qualidade através da gestão e do investimento correto. Ele agradeceu o apoio com um novo convite: “em nome dos euclidenses, quero agradecer a acolhida e dizer que a prefeitura não tem medido esforços para valorizar o homem do campo. De antemão, queremos convidar todos vocês para a exposição que será feita em setembro, onde estaremos inaugurando um centro de comercialização de animais com 32 currais modernos e balança, para que os criadores possam comercializar seu gado de leite, de corte, caprinos e ovinos”, comunicou o prefeito. Anfitrião pelo Sebrae em Alagoas, o gerente adjunto da Unidade de Agronegócio, Marcos Fontes, comemorou o sucesso da visita e o engajamento dos produtores baianos e alagoanos na troca de experiências. “Eles vieram conhecer o trabalho porque possuímos uma região de semiárido com características parecidas com a deles e temos resultados bastante positivos. Isso é feito com ferramentas simples, mas com gestão, com foco no gerenciamento. Já chegamos a atingir 680 produtores com essa consultoria, subsidiando os custos da assistência com o Estado, e a produção média desse grupo passou de 55 litros para 91 litros, ao ponto que eles conseguem, hoje, pagar a contrapartida da assistência técnica sozinhos”, pontuou Marcos Fontes, dando outra forma de exemplo prático do crescimento dos empresários do campo.







Fonte:http://www.al.agenciasebrae.com.br




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